Por razões que nem os anciões compreendem totalmente, o mundo passou por um longo período de glaciação e o gelo se expandiu como um manto sobre enormes extensões de terra, a partir das montanhas ao norte.

A temperatura na atmosfera e no continente era muito baixa, tornando a sobrevivência muito difícil naquela época.

Mas, foi neste ambiente inóspito, que surgiram as criaturas aladas mais temidas durante muitos anos por todos os pristonianos.

Era o início da Era dos Dragões e o maior e mais poderoso de todos era um gigantesco Dragão de Gelo, que ficou conhecido Dragão de Snowstorm, em virtude do seu covil estar situado na região das montanhas congeladas, próxima ao Vale Gallubia e da Mina de Gelo.

Quando o Dragão de Snowstorm sobrevoava o continente, deixava um rastro de frio desolador e ainda mais terras congeladas.

Os poucos guerreiros que ousaram enfrentá-lo jamais retornaram com vida.

Certo dia, porém, um grupo que se autointitulava de caçadores de Dragões tentou emboscar o soberano Dragão de Snowstorm na Mina de Gelo, onde costumava alimentar-se.

Mas, rapidamente, os caçadores transformaram-se de predadores a presas e foram caçados e massacrados, um a um, pelo poder da rajada de gelo da criatura mítica.

No impiedoso e terrível ataque, o Dragão de Snowstorm atingiu, involuntariamente, os Cristais Mágicos da Mina, fundindo-os e transformando-os num verdadeiro rio de Cristais Mágicos liquefeitos, que desceu as montanhas até atingir o Vale Gallubia.

No seu curso, o rio de lava de gelo transformou o relevo e a todos os seres vivos que tocava. Muitos pereceram com a mera aproximação do magma congelante. Mas, outros seres, por algum motivo desconhecido, foram absorvidos pela substância mágica e emergiram dela como uma nova forma de vida, fantásticas criaturas de gelo.

Nada nem ninguém conseguiu controlar a força avassaladora da corrente do rio congelante e os pristonianos foram obrigados a migrar para outras regiões do continente em busca de comida e abrigo.

Certo dia, diante de uma súbita mudança no seu curso, uma tribo que vivia próximo ao Vale Gallubia foi surpreendida e teve que abandonar as suas terras, apressadamente, para salvar as suas vidas de uma terrível morte pelo gelo.

Mas, uma família não conseguiu sair em tempo, pois a pristoniana estava dando à luz uma menina naquele exato momento.

Quando o rio lava de gelo mortal atingiu a aldeia, a menina nasceu.

Os seus pais morreram congelados instantaneamente.

Mas, o milagre da vida demonstrou-se ser igualmente misterioso e, naquele que foi considerado o inverno mais rigoroso daqueles anos, a menina do gelo veio ao mundo.

Assim como alguns seres vivos que tiveram contato com o fluido de Cristais Mágicos fundiram-se a ele ganharam nova forma, a menina absorveu o poder mágico dos Cristais e da chama de gelo do Dragão de Snowstorm. A sua pele tornou-se azulada, duas asas surgiram nas suas costas e o seu organismo foi totalmente adaptado ao frio extremo.

Longe da sua tribo e sem ninguém para cuidá-la, a pobre menina recém-nascida, surpreendentemente, conseguiu sobreviver e cresceu sozinha, sem nome e sem sequer saber falar a língua do seu povo.

Eventualmente, a menina do gelo conseguiu rastrear e localizar a nova aldeia para onde a sua tribo havia migrado.

Mas, não conseguia se comunicar e a sua aparência única fez com que não fosse compreendida. Já adolescente, a menina do gelo foi rejeitada e considerada uma aberração da natureza por uns e um demônio criado pelo terrível Dragão de Snowstorm por outros.

Magoada, a menina do gelo decidiu buscar refúgio nas montanhas congeladas de Snowstorm, onde sabia que ninguém jamais a encontraria por ser a entrada para o covil do temido Dragão de Gelo.

No local, a menina do gelo encontrou outros seres parecidos com ela, que nasceram da mesma forma que ela, a partir da misteriosa força do rio de fluido congelante de Cristais Mágicos.

A menina do gelo e os seus novos amigos criaram profundos vínculos, vivendo à margem da civilização e na entrada do covil do temido Dragão de Snowstorm.

Raramente vistos, a menina do gelo ficou conhecida como Dama da Neve e o seu grupo, Tribo da Neve.

Com o passar dos anos, o medo deu lugar a uma quase obsessiva fascinação da Dama da Neve pelo Dragão de Snowstorm.

Vivendo tão próximos, os avistamentos da exuberante criatura eram diários e a Dama da Neve não perdia a chance de ficar admirando cada movimento do belo e feroz Dragão de Gelo.

Com delicadeza e demonstrando inofensividade, a Dama da Neve começou a fazer-se ser vista, propositadamente, pelo Dragão, que parecia não se incomodar com a sua presença.

Certo dia, conseguiu tocá-lo pela primeira vez.

Sem muita demora, a Dama da Neve montou o dorso do Dragão de Snowstorm e desenvolveu com ele uma relação de afeto e respeito mútuos.

A Dama da Neve, finalmente, encontrou a paz, formando a sua própria tribo e vivendo em segurança no lugar mais perigoso do mundo, onde ninguém os ameaçava.

Quando a sua mente já parecia ter se esquecido da existência dos pristonianos no continente, a Dama da Neve recebeu uma inesperada visita de um grupo de guerreiros que, desesperados, pediram a sua ajuda.

Os inusitados visitantes contaram a ela que Valentino, o rei dos Tempskrons, e a sua amada Caoscara, princesa dos Morions, tinham sido amaldiçoados pelos Igolanos e, transformados em monstros a serviço da maldade, arrasaram a região do Vale Gallubia.

Ainda nutrindo a ilusão de um dia ser aceita de volta pela tribo dos seus pais, a Dama da Neve decidiu atender à súplica dos pristonianos e mobilizou os seus guerreiros para lutar junto deles.

No plano de ataque definido, a Tribo da Neve e os pristonianos decidiram neutralizar Caoscara primeiro, para enfraquecer e desestabilizar, emocionalmente, o poderoso Valento.

Mas, algo saiu errado e Valento os surpreendeu, iniciando uma batalha feroz.

No calor do embate, a Dama da Neve ordenou aos seus guerreiros para continuarem avançando e atacando o inimigo.

Mas, ao depararem-se com Valento e Caoscara simultaneamente, naquele momento, os pristonianos estavam convictos de que não tinham chance de vencer e decidiram retirar as suas tropas, abandando a Tribo das Neves à sua própria sorte diante de um inimigo que parecia imbatível.

Furiosa, até mais com a sua própria ingenuidade a princípio, a ira da Dama da Neve conseguiu sobrepujar, finalmente e com um alto custo, Valento e Caoscara.

Porém, a Tribo da Neve foi dizimada e a Dama da Neve mal escapou com vida da luta feroz.

Jurando vingança, a Dama da Neve retornou para as montanhas de Snowstorm mais uma vez e tentou forçar o Dragão de Gelo a curvar-se à realização do seu desejo pessoal e quis transformá-lo num instrumento mortal para a canalização de todo o seu ódio.

A Dama da Neve e o Dragão de Snowstorm sempre souberam no seu íntimo que compartilhavam da mesma essência e desenvolveram, com o passar do tempo, uma empatia recíproca, um profundo vínculo de unidade, onde era possível que um pudesse sentir o mesmo que o outro.

O coração do Dragão foi contaminado pelo ódio da Dama da Neve e tornou-se enegrecido e abominável.

O Dragão de Snowstorm passou a caçar os pristonianos por vingança contra aqueles que ousaram tentar matá-lo e, algumas vezes, por simples esporte.

Dedicando a sua vida a destruir os pristonianos, a Dama da Neve, a sua Tribo e o Dragão de Gelo tornaram-se uma grande ameaça à vida em todo o continente, que ficava, cada vez, mais frio com os seus ataques frequentes e congelantes.

Temerosos pelo fim do mundo do Priston, a Grande Aliança formada pelos antigos deuses decidiu intervir e aprisionou a Dama da Neve, a Tribo da Neve e o Dragão de Snowstorm, congelando-os no centro da mais alta montanha de Snowstorm.

Os ciclos das estações de muitos anos se sucederam e, lentamente, a neve e o gelo foram derretendo, dando lugar à biodiversidade multicolorida que permeia todo o continente nos dias de hoje.

Os Dragões de Gelo migraram para o norte e passou a ser muito difícil de encontrá-los.

Quando a Era dos Dragões parecia ter chegado ao fim, os Igolanos criaram milhares de Dragões de Fogo, de Raio e de Gelo através da magia negra e da manipulação dos elementos da natureza.

Criados de forma não-natural, os Dragões Igolanos eram totalmente controlados pelos seus mestres e serviram de montaria para o imbatível exército do General Draxos na Segunda Guerra dos Deuses.

Os novos Dragões começaram a caçar os Dragões de Gelo remanescentes, que foram dizimados.

O massacre dos seus iguais fez o Dragão de Snowstorm despertar e como a prisão congelada dos deuses cedeu à temperatura mais quente, então, dominante no continente, libertou-se para combater os seus inimigos.

Apesar de terem sido reduzidos a um pequeno número, o Dragão de Snowstorm era muito poderoso e destroçava, com muita facilidade, todos os dragões que cruzavam o seu caminho.

Subitamente, os Dragões Igolanos pararam de atacar e recuaram, criando um vácuo nos céus.

Em seguida, o espaço vazio foi preenchido por uma enorme sombra, que antecedeu a assustadora aparição de Kelvezu, o maior e mais poderoso Dragão de Fogo.

A luta dos titãs alados percorreu todo o continente, até que uma mortal rajada de fogo de Kelvezu derrotou o valente Dragão de Snowstorm, que despencou das alturas e mergulhou, sem vida, no mais profundo dos oceanos, na região do Abismo do Mar.

A Dama da Neve e a Tribo da Neve não conseguiram se libertar da sua cela congelada. Mas, naquele momento, as suas mentes dormentes despertaram e puderam sentir a queda do Dragão de Gelo.

Nos anos que seguiram na sua prisão, o ódio e o desejo de vingança da Dama da Neve só se intensificaram.

A civilização pristoniana floresceu novamente e dominou o continente após a Segunda Guerra dos Deuses.

Quando Penumbra de Midranda surgiu e anunciou o retorno do deus maligno, o fenômeno da Lua de Sangue enfraqueceu o selo divino e a Dama da Neve e a sua Tribo libertaram-se finalmente.

Transtornada pela incontrolável raiva, foi seduzida pelo poder de Penumbra de Midranda, que já havia escravizado até mesmo os Game Masters, os pristonianos mais poderosos do mundo, trazendo a ela o mesmo destino logo após e causando a dizimação dos remanescentes da Tribo da Neve.

Quando a Lua Escarlate se dissipou, a Dama da Neve conseguiu libertar-se das garras de Penumbra de Midranda, mas não conseguiu salvar o seu povo.

Penumbra de Midranda foi derrotado pelos pristonianos, mas a energia da prisão dos deuses voltou a atuar naquele momento e aprisionou a Dama de Gelo, desta vez solitária, novamente.

Na recente Guerra dos Mundos, o General Leusen encontrou a prisão de gelo da Dama da Neve e Yagditha a libertou para satisfazer os seus interesses.

Ainda mais cega pelo ódio, a Dama da Neve aliou-se ao tirano dos mares e, usando o poder de gelo herdado do Dragão, criou um exército que permitiu a invasão do continente pelo povo das águas.

Tamanho foi o poder gerado pela Dama da Neve que, inconscientemente, reacendeu a chama de gelo no coração do Dragão de Snowstorm, que voltou a bater lentamente nas profundezas do Abismo do Mar.  

Mas, quando o mundo estava prestes a ser totalmente congelado pelo dispositivo desenvolvido por Yagditha, foi traída mais uma vez.

A Dama da Neve se exilou na caverna que um dia fora o covil do Dragão de Snowstorm e jurou vingança contra todos os traidores.

Desde então, a chama de gelo foi se intensificando e ganhando força, a cada sístole e diástole do ainda frágil coração congelado do Dragão, caído e imóvel.

Com a chegada do inverno, a chama de gelo se transformou em um pulsar crescente de energia irradiada a partir do coração para todo o colossal corpo do Dragão de Gelo.

Ao mesmo tempo, nas montanhas de Snowstorm, o coração da Dama de Gelo começou a bater no mesmo compasso do coração do seu antigo companheiro, sem entender o que estava acontecendo.

De repente e ao mesmo tempo, duas grandes explosões energéticas vindas das chamas de gelo nos corações da Dama da Neve e do Dragão de Snowstorm provocam um fenômeno similar ao que ocorreu há milhares de anos, quando os Cristais Mágicos foram atingidos pelo poder da chama de gelo do Dragão, ao defender-se do ataque dos Caçadores de Dragão pristonianos e quando a menina do gelo nasceu.

Ao ser derrotado por Kelvezu, antes de morrer, o Dragão de Snowstorm encontrou uma caverna submarina de Cristais Mágicos, os mesmos encontrados na Mina de Gelo, localizada sob as ruínas do antigo reino unificado que foi destruído pelo poder do Tridente Lendário do deus Zairweus e escolheu o local para ser o seu túmulo.

Quando a chama de gelo em seus corações se incandesceu, os Cristais Mágicos à sua volta se liquefizeram e transformaram-se em uma lava de gelo tanto em Snowstorm quanto nas antigas ruínas do Abismo do Mar.

A Dama da Deve caiu desacordada e o Dragão de Snowstorm voltou à vida, enquanto novas criaturas de gelo fantásticas, na terra e na água, foram criadas ao seu redor e invadiram o domínio do Príncipe Zarad no Abismo do Mar e avançaram sobre o Valle Gallubia.

As ondas congeladas da explosão glacial puderam ser sentidas em todo o oceano e chegaram, também, até as cidades de Ricarten e Pillai, que sofreram uma abrupta e misteriosa queda de temperatura com a chegada do inverno mais rigoroso dos últimos tempos.

Confira os detalhes do evento O Ataque Invernal (NOVO!) nas tabelas abaixo: